O Banco Central passou a ver inflação mais baixa em 2017, um crescimento da economia mais fraco no ano e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos diante da desinflação mais difundida.
Orçamento: Governo anuncia corte de R$ 42,1 bi e fim da desoneração
query_builder29 mar 2017 - 20h03
No relatório de inflação, publicado nesta quinta-feira, o BC previu alta de 4%o do IPCA em 2017 pelo cenário de mercado. A estimativa fica abaixo dos 4,2% previstos em fevereiro e do centro da meta oficial, de 4,5% - que tem margem de 1,5 ponto porcentual para mais ou menos. Para 2018, seguiu projetando avanço de 4,5% e, para o primeiro trimestre de 2019, a expectativa é de o IPCA subindo 4,6% em 12 meses.
Na pesquisa Focus mais recente, feita pelo BC e que ouve uma centena de economistas todas as semanas, a perspectiva para a inflação em 2017 caiu pela terceira semana seguida, a 4,12%.
O BC também piorou sua perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, com expansão de 0,5%, contra 0,8% antes, diante do nível ainda elevado de ociosidade, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.
"A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", diz trecho do relatório.
Redução nos juros
Desde que iniciou o ciclo de afrouxamento, em outubro do ano passado, o BC já reduziu a Selic em 2 pontos percentuais, aos atuais 12,25% ao ano. Foram dois cortes iniciais de 0,25 ponto porcentual e depois dois de 0,75 ponto. "Essa 'intensificação moderada sinaliza que ele (BC) provavelmente está pensando num corte de 1 ponto, e não em 1,25 ponto (em abril)", afirmou a economista-chefe da consultoria Rosenberg, Thais Zara, referindo-se ao próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
O BC também destacou a importância de 2019 para a condução da política monetária ao assinalar que "a extensão do ciclo de flexibilização monetária, inclusive as taxas vigentes ao longo de 2018, dependerá das projeções e expectativas de inflação para 2019, mas também das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira".
(Com Reuters)