Deputados acompanham pronunciamento do presidente Michel Temer (Divulgação/Divulgação)
1) Baleia Rossi (PMDB-SP)
2) Lelo Coimbra (PMDB-ES)
3) Carlos Marun (PMDB-MS)
4) Toninho Pinheiro (PP-MG)
5) Ricardo Izar (PP-SP)
6) Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
7) Paulo Bauer (PSDB-SC)
8) André Moura (PSC-SE)
9) Rachel Queiroz (PSD-MG)
10) Elcione Barbalho (PMDB-PA)
11) Julio Lopes (PP-RJ)
12) Darcisio Perondi (PMDB-RS)
13) Eliseu Padilha (ministro-chefe da Casa Civil)
14) Simão Sessim (PP-RJ)
15) Luis Carlos Heinze (PP-RS)
O relógio já marcava 15h30 e o presidente Michel Temer (PMDB) ainda não havia aparecido — o pronunciamento havia sido marcado para as 15 horas. A sala estava lotada de jornalistas e políticos desconhecidos — o mais "famoso" era o deputado Marx Beltrão (PMDB-AL), ex-ministro do Turismo, justamente um aliado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem atuado para sabotar o governo na votação da reforma trabalhista no Senado.
Alguns minutos depois, Temer entraria na sala à frente de um batalhão de parlamentares, boa parte do baixo clero da Câmara, os mesmos com os quais ele conta para barrar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva. Para se converter em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), o processo precisa do aval de 342 dos 513 deputados — tarefa quase impossível levando em conta que o denunciado já presidiu três vezes a Câmara e comandou o PMDB por mais de 15 anos. Temer até aproveitou a ocasião para fazer uma graça: "Olha se eu fosse presidente da Câmara dos Deputados, eu faria uma sessão porque temos quórum, né? Depois, procurando demonstrar tranquilidade e leveza, como se não fosse o primeiro presidente da história do país a ser denunciado no exercício do mandato, disse estar "agradavelmente surpreso" com o apoio "extremamente espontâneo" dos parlamentares.
Espontaneidade talvez não fosse a palavra certa para anteceder o discurso que vinha sendo preparado desde a semana passada. Que o diga o vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), que fez questão de posicionar duas deputadas ao lado de Temer — Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), e Rachel Queiroz (PSD-MG), a mesma que elogiou o marido prefeito de Montes Claros (MG) ao votar pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e um dia depois o viu ser preso numa operação da Polícia Federal. Antes de iniciar o seu discurso mais duro contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Temer ainda comentou: "Agora sim uma companhia feminina".
A imagem de Temer cercado por deputados e deputadas traz uma mensagem. Mesmo que seja desaprovado pela maior parte da população brasileira, ele ainda tem — ou busca mostrar que tem — o apoio do Congresso. E neste momento é só disso que ele precisa para continuar no cargo até o fim de 2018.