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Mercado aposta no potencial da bike elétrica

Participação do modelo é de apenas 0,35% nas vendas; na Europa, fica entre 30% a 40%

Publicada em 02/12/18 às 15:59h - 331 visualizações

por IMAPE-PB / Instituto Majoritário de Pesquisas e Estatisticas


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 (Foto: IMAPE-PB / Instituto Majoritário de Pesquisas e Estatisticas)
no segmento de bicicletas no Brasil – seu pai construiu a primeira fábrica da Caloi em 1945 –, o empresário Bruno Antonio Caloi Júnior, mais conhecido por Tito, vai inaugurar em maio uma fábrica na Zona Franca de Manaus para produção de modelos elétricos. Orçada em R$ 10 milhões, terá capacidade inicial para 3 mil unidades ao ano.

O segmento de e-bikes no Brasil hoje é apenas um nicho, com participação de 0,35% das vendas totais. Investidores brasileiros, contudo, apostam em comportamento similar ao que ocorre na Europa, que vem crescendo nos últimos dez anos e hoje responde por 30% a 40% das vendas totais. “Achamos que essa tendência vai chegar aqui e quem estiver pronto para atender a essa demanda sairá na frente”, afirma Tito, presidente da Tito Bikes.

Investimento
Bruno Caloi Júnior vai inaugurar em maio uma fábrica na Zona Franca de Manaus Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Ele produz bicicletas tradicionais em Mococa (SP) com as marcas Tito – criada depois da venda da Caloi, em 1999 –, e Groove, que serão mantidas nos modelos elétricos. Antes de iniciar a produção em série, 120 unidades foram montadas para teste e 90% delas foram vendidas a preços a partir de R$ 6,5 mil.

A expectativa de crescimento do mercado brasileiro é compartilhada por outros empresários que estão iniciando ou ampliando produção. A Empresa Brasileira de Mobilidade Sustentável (EBMS), criada por uma holding de investimentos, iniciou em março a montagem de bicicletas elétricas da marca Pedalla em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Foram investidos R$ 15 milhões no projeto, diz José Wilson de Oliveira, diretor executivo da empresa. 

A capacidade produtiva começa em cerca de 7 mil unidades ao ano, mas o objetivo futuro é passar de 20 mil. A maioria dos componentes será inicialmente importada, estratégia também usada pelos demais produtores que se queixam do preço e da falta de oferta local. Não há, por exemplo, fabricante de motores e baterias de lítio no País.

“Acreditamos muito nesse mercado e entendemos que, para grandes centros urbanos, não há outra solução a não ser a de mobilidade compactada, de baixo custo (em relação ao automóvel), mais adequada para o trânsito congestionado, que exige menos espaço para estacionamento e ainda gera mais qualidade de vida”, afirma Oliveira.

Os modelos disponíveis da Pedalla custam de R$ 4 mil a R$ 9 mil (versões urbanas) e R$ 6,5 mil (fat bike para uso misto). A EBMS espera vender 500 a 600 unidades e dobrar o volume no próximo ano. Para Oliveira, o ritmo de crescimento do mercado depende de mudanças tributárias. A bicicleta elétrica paga IPI de 35% e a convencional, 10%. Igualar a tarifa reduziria o preço em 18%, diz a Aliança Brasil (associação do setor de bicicletas).

Projeção. Estudo divulgado na semana passada pela associação Aliança prevê para este ano vendas de 31 mil bicicletas elétricas, número pequeno em relação às vendas de modelos tradicionais, mas 70% superior ao de 2017. A entidade projeta crescimento consecutivo até 2022, quando deve atingir vendas de 280 mil unidades, ou 6,6% do mercado total de duas rodas.

A Caloi, agora pertencente ao grupo canadense Dorel, desenvolve em parceria com a japonesa Shimano – maior fornecedora global de peças –, uma versão elétrica com preço mais acessível, na faixa de R$ 4 mil, para ser vendida a partir de 2019.

A empresa detém mais de 50% do mercado e deve produzir este ano cerca de 600 mil bicicletas na Zona Franca. A participação das elétricas ainda é pequena, diz o gerente de produto Marcos Ribeiro. O grupo dispõe de dois modelos que começaram a ser produzidos em 2017 e custam R$ 8 mil (urbana) e R$ 13 mil (mountain bike).



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